Veja as imagens a seguir. Elas
fazem parte do texto que você vai ler. O que você imagina que aconteceu?
Leia o texto e verifique se você
acertou.
Papo-furado
O dente de Ana estava mole –
nheco, nheco – pra lá e pra cá. Mas como era um dente muito teimoso, não tinha
jeito de cair. Nem amarrando linha, prendendo na porta e batendo com toda a
força – BUM – o danado se arrancava!
Nem assim!
O dente caiu quando ele bem quis,
logo no primeiro dia de aula, quando Aninha comia uma bala puxa. Puxa vida! E
era justo o dente da frente!
Daí todo mundo entrou na classe e
a Professora chamou assim:
– Ana! Quem é a Ana?
Só quando viu a turma inteira de
olhão pregado nela, Aninha espichou a mão e fez:
– UUMMM – de boca fechada para
ninguém ver a banguela.
– UM, não – corrigiu a
Professora. – Diga presente!
– Ffrisínti – espremeu Aninha, pelo cantinho da boca.
– Que língua é essa? – perguntou
a Professora, espantada.
Aninha pensou bem rapidinho e
respondeu com a boca apertadinha:
– I língui di ífi.
– Ah, é a língua do efe, mas que
interessante! – respondeu a Professora, que estava acostumada com essa coisa de
primeiro dia de aula.
Mas o Cacá, que sentava bem ao
lado, ficou só tirando sarro: – QUI, QUI, QUI!
Aninha não falou mais o dia todo.
Nem na língua do efe nem lingüíssima nenhuma!
Vai daí que a Aninha não queria
saber de voltar pra escola, enquanto não tapasse o buraco. Mas essa coisa de
dente que cai e nasce de novo no lugar é muito demorada! E não é que o outro
dente da frente estava ficando mole?
Foi quando Aninha escutou a
conversa da Vovó no telefone, justo com a Professora. E a Professora falava
assim:
– Tem um aluno com caxumba. Ai,
meu Deus, a classe toda vai pegar!
Daí a avó, que tinha sido
professora da Professora, respondeu assim:
– Não esquenta, não, que isso de
caxumba é doença pra criança ter, mesmo. E além disso já tem vacina, e todo
mundo toma quando vai ao médico.
– E a senhora acha que eu devo
avisar, acha?
– Olha, eu acho que vai deixar
todo o pessoal nervoso à toinha. Espera pra ver, não é? Agora não adianta
mesmo... quem pegou, pegou. E quem já teve, não vai ter de novo!
Essa coisa de caxumba, Aninha
lembrava muito bem como é que era, porque já tinha tido. Perigar, não perigava,
e durava só uma semana; mas era chato pra danar!
Foi então que ela pensou:
“Tem gente que vai ficar com
caxumba, e não sabe disso!”
E voltou pra escola, prontinha
pra pregar uma peça no Cacá.
Assim que Aninha entrou na
classe, o perereca do Cacá aprontou macaquice: fazendo cosquinha debaixo do
braço dele mesmo, quase desmontou o banco de tanto rir: – QUI, QUI, QUI, QUI,
QUI!
Aninha fez que nem ligou e,
virando pra colega de trás, perguntou assim:
– Você já teve papo-furado?
– Eu? Eu não, como é que é?
Aninha então falou baixinho, só
mesmo pra mais o Cacá ouvir:
– Cresce um papo de cada lado do pescoço, bem debaixo da orelha; a cara da
gente fica toda torta e, além disso... dói pra burro!
– Nossa! – falou a Sandrinha,
toda arrepiada. – E não é perigoso?
– Só quando está no ponto-do-furo. Daí abrem dois buracos,
um de cada lado, e esguicha um líquido verde, de repente!
– Pirilampos! E daí, o que
acontece? – perguntou a Sandrinha.
Aninha bem que viu com o rabinho
do olho a cara interessada do Cacá, e continuou:
– O perigo é justamente não furar sozinho. Daí tem de espremer e
botar uma rolha de cada lado. É pior que perder o dente da frente.
Depois a Ana contou tudo pra
Sandrinha, na hora do recreio. E as duas rolaram de rir, pensando no medo do
Cacá.
– Você viu só olhão apavorado
dele?
Pois não deu outra! Mas alguns
dias, e o Cacá faltou às aulas. A Professora então contou:
– Coitado do Cacá! Pegou caxumba,
e a mãe contou que ele só diz bobagem! Fica falando que está com papo-furado e não deixa o médico nem
chegar perto, “enquanto não esguichar verde!”. Tem medo que ele “fure o papo, esprema e ponha uma rolha pra tapar buraco”. O Cacá deve
estar delirando por causa da febre!
Retirado do livro As confusões de Aninha, de Stella Carr,
Moderna.
“...nem amarrando linha, prendendo na porta e batendo com
toda a força – BUM – o danado se arrancava.”
Veja o significado de danado em outras situações:
a. “O motorista ficou danado quando viu o carro riscado.”
b. “O menino é danado! Apronta cada uma!”
c. “O cavalo é danado de rápido.”
b. “O menino é danado! Apronta cada uma!”
c. “O cavalo é danado de rápido.”
a. Qual é o significado da palavra danado em cada uma das
frases acima?
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b. E a palavra danado que aparece no texto? O que ela quer
dizer?
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c) Qual foi a saída encontrada por Aninha para disfarçar que
estava sem dente?
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d) Que reação provocou em Aninha a risada de Cacá?
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e) Ao ler o texto podemos dizer que Cacá é:
( ) levado ( ) gozador ( ) brincalhão
Justifique sua
escolha.
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f) Podemos dizer que Aninha é:
( ) tímida ( ) envergonhada ( ) criativa
Justifique sua
escolha.
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g) Quem, na sua opinião, era mais esperto: Cacá ou Aninha?
Por quê?
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h) Aninha tinha motivos para assustar Cacá? Por quê?
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